Vai, São Toinho,
leva nos braços o menininho.
Junto com ele, nossa esperança
de um tempo novo feito criança,
leva contigo nosso sonhar.
Traz riso à moça que hoje é só,
planta alegria ao seu redor.
Se for bom par, lhe dê marido,
se não, a faz feliz consigo,
que amor, primeiro, é se amar.

Leva nos braços o meu amor
a quem por anos te guardou,
mármore bege na cabeceira,
junto a jarrinhas cheias de flor,
imagem crua, de poucos traços:
simples e forte, como é o laço
que hoje’inda é luz, guia meus passos
e me encoraja a estradar.

O laço é fio que ela amarrou
tramando flores, ramos de trigo
no pano cru, mesmo tecido
que ela bordava a me ensinar:
pontos e vida; sentir, amar.

Ah, São Toinho!
Reza ensaiada não sei rezar,
mas guardo em mim mesmo carinho
que ela te dava todos os dias,
no anoitecer, ao despertar:
fé na bondade, no semear,
no caminhar, fé no caminho.

Arte: Clau Souza.