Não sabendo ser outra coisa, não sabendo me fingir do que não sou, não tive opção que não fosse, muito cedo, me assumir: mulher. E é com tanto orgulho que hoje carrego em mim a força que esse assumir-se me trouxe, é com tanto orgulho que carrego em mim a
_ Vem, vó, me faz trança e no meio da trança, entranha um bocado do carinho nascido de teus dedos versados em delicadezas. Me fala as palavras que põem unguento na ferida que dói. _ Ah, filha... não digo que a pessoa certa não vá te ferir. Eventualmente, vai... até
Amanheci cheia de disposições para tristezas... mas esse céu e aquela nuvem riscada pelo rastro do avião, essa luz, essas cores e agora, ainda, esses dois pássaros ensaiadinhos, que voam no instante preciso e bem diante do nariz, são uma danação: botam a gente com uma culpa danada e se
Sonho bom. Deixo o trabalho e o carro toma rumo diferente, meu olho brilha: Oba, vamos passear! Tomo a ponte e não sei de onde aonde ela vai. Não importa, a experiência da travessia é muito maior que de onde vim ou para onde vou. Na ponte, para todas as
O que queria? Que a poesia fizesse alarde feito retrato, que faz alvoroço sem esforço e sempre. E se o queria, é que a poesia retrato é, fotograma do avesso do que se vê. E quantos avessos têm trama tão mais bacana que seus direitos - já quantas vezes os preferi
A maior riqueza do homem é sua incompletude. Nesse ponto sou abastado. Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito. Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que
A massa é esta aqui. Para a cobertura, usei molho de tomate (eu acho que molho feito em casa faz diferença), muçarela e parmesão ralados, pedacinhos de gorgonzola e 1 xícara de funghi preparado como aqui (mas sem o creme de leite). Para a pizza desta vez, eu quis o
Aqui em casa, sempre rola uma comidinha vegetariana. Eu ainda como carne, mas, cada vez, em quantidade menor. Nada a ver com o recente escândalo das carnes. No meu caso, o desejo de reduzir e até parar tem a ver, somente, com meu amor pelos animais, com a forma cruel como
COQUEIRAL (Matilde Campilho) A saudade é um batimento que rebenta assim vinte e oito vezes desde meu ombro tatuado de desastre até à rosa pendurada em sua boca E o amor, neste caso específico, é um mergulho destemido que deriva quase sempre de uma nota climática apenas para convergir no
É outono no hemisfério sul. Tomo emprestados, ao revés, os antigos ritos pagãos de primavera e planto minhas sementes, acreditando no equilíbrio entre dia e noite. Deixo que a natureza, generosa em sua sabedoria, me instrua. Celebro a mãe terra. Tempo de fazer podas necessárias, ainda que aparentemente violentas. Tempo
