Quantos mundos guardou seu olhar e quantos pensamentos habitaram seu pensamento! Quantas palavras calaram em seus lábios… gostava de pensar que as palavras não ditas eram sementes que germinavam dentro de si. A essa altura, já tinha um jardim inteiro em seus pátios internos. Algumas sementes, no entanto, eram selvagens. Essas precisavam eclodir. Para essas, era necessário outro solo, outros insumos. Essas precisavam virar palavra escrita. Uma vez escritas, estavam plantadas. Germinariam. Haviam de deixar frutos e desses frutos, novas sementes selvagens haveriam de brotar. A palavra escrita eternizaria aquilo que possuía de mais seu: suas sementes indomadas, aquelas que guardavam sua verdadeira essência.
Arte: Alice Rotaru Botezatu.
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