Quando a pedra é só pedra
"De vez em quando, Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo." (Adélia Prado)
"De vez em quando, Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo." (Adélia Prado)
Lembro bem o dia em que li no livro de Matemática e, embora tenha até visto prova, tive dificuldade em acreditar: "Paralelas são retas que se cruzam no infinito". Retas que se cruzam no infinito... Ora, infinito é o lugar das abstrações! De que adiantam os encontros no infinito? Pensei
Já viu como é violeta? Violeta às vezes parece murcha, desenchavida, quase querendo minguar. Aí a gente pega folha de violeta, espeta em torrão de terra, põe tiquinho de água e monte de amor, todo dia: violeta revigora, resplandece. Tem vocação para a vida, violeta. Violeta floresce, pequenina, delicada; forte,
Não, não sou destemida, a verdade é que tenho medo... medos, vários... mas nos caminhos da vida, esses caminhos às vezes tortuosos, às vezes suaves, ora iluminados, ora nebulosos, acabei, eventualmente, aprendendo um pouco sobre mim. Aprendi que, em mim, são grandes alguns medos. Medo de perder meu riso, medo
A experiência da montanha é sempre renovadora. Há, parece, alguma energia naquelas pedras que, de alguma forma, cria vínculo entre os que lá estão, mesmo os que jamais se haviam encontrado. Olham-se nos olhos e sabem: há conexão ali. A trilha é uma só, mas a experiência da trilha em
Ainda tenho medo de me afastar da lógica porque caio no instintivo e no direto, e no futuro: a invenção do hoje é o meu único meio de instaurar o futuro. Desde já é futuro, e qualquer hora é hora marcada. Que mal porém tem eu me afastar da lógica?
Vontade de palavrear sentimento solto, livre. Trago caderno e lápis comigo, guardiões da dança das palavras em volta da fogueira do sentir e dos sentidos. Lápis fica a postos para o registro do momento exato da dança que acontece quando bem quer, nunca se sabe quando a fogueira da vida
Quando criança, eu era uma das mais novas da rua e, nas brincadeiras, meu irmão mais velho já ia dizendo que eu tinha que ser "café com leite". Eu detestava aquele negócio de café com leite, chorava e dizia que queria brincar de verdade. Meu irmão ficava possesso: em algumas
Olhei o par de micos sobreviventes, lá nos galhos mais altos da árvore. Foram os micos e os pássaros boa parte do motivo de ter vindo eu parar aqui, neste lugar que me era desconhecido, mas onde um dia abri janelas e me senti em casa, onde achei que poderia
Tudo o que queria do dia era olhar árvore linda, carregada de florinha amarela em meio à folhagem verde; ver céu azul e branco ao fundo, juntar o céu com a árvore e achar linda a bandeira assim, viva; ter sentimento bom do Brasil, como faz tempo não tenho, terminar