Mandalas são uma representação da relação do homem com o Universo, servem como instrumento de busca por iluminação pessoal e em seu centro, como em cada um de nós, reside a principal divindade.
Monges tibetanos consomem horas e milhões de grãos de areia colorida, criando belíssimas mandalas. Sua construção envolve paciência, delicadeza, perseverança, persistência e força de vontade. Seu resultado final reflete a beleza daí advinda.
Uma vez prontas, os monges as guardam somente na memória e toda a areia, todo o trabalho de várias horas é varrido. Em nossas mentes ocidentais, focadas em permanência e materialidade, é quase incompreensível que arbitrariamente se destrua uma obra de arte assim que se completa sua criação.
Os monges têm consciência de que o que tinham a absorver estava contido no processo e deve ser guardado em seu próprio âmago. Ensinam-nos, ao varrer os grãos de areia, a aceitar a efemeridade de tudo o que é visível, palpável, atendo-nos à essência das experiências por que passamos, construindo, em nossos próprios centros interiores, não visíveis aos olhos e interpretações dos demais, o local onde reside a verdade que nos guia.
__por Mariane Branco.
Inspirado por CONTI outra, artes e afins.
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