A menina chegou tão cedo, nascida de mãe também quase menina. E a mãe-menina era tão intensa! Como é bom lembrá-la, força indomável agitando tudo por onde passava! A menina-filha herdou a intensidade da mãe-menina e a ampliou. Intensidade e brilho demais, peito implodiu. Hoje à noite, a intensidade da menina brilhará no céu. Lá, há paz. Lá, a menina há de aprender isto: paz. A menina-filha, hoje, descansa e se refaz no céu, embalada pelos braços magros – mas fortes: quanta força, eu me lembro – da avó que eu tanto admirei, mulher batalhadora e que, há muito, partiu… tão cedo… talvez para preparar a chegada da menina-neta.
A mãe-menina, já tão cedo avó, com os pés na terra e os olhos no céu, agora é mãe de novo, do menininho tão novo que a filha-menina lhe deixa. Recomeça. Contará com sua força enorme, aquela viva dentro de si e que brilha, reluz. Contará com a força que sempre teve, aquela com que desafiava e desafia o mundo, grande força que conquistou minha amizade quando éramos ainda, as duas, somente duas meninas… tão diferentes, tão improváveis confidentes, mas inseparáveis, unidas pela força do querer-bem que não se explica: amigas.
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