__Filha, se quiser saber da alegria de uma casa, observa as plantas que nela habitam. Poucas coisas falam tanto da alegria de uma casa quanto as plantas, que não sabem disfarçar dissabores: se tristes, desbotam, ressecam; felizes, verdejam folhas que luzem. As plantas sentem a alegria e vicejam em meio a ela, explodem em cor, florescem, atraem borboletas, que saúdam mudanças bem-vindas, chamam os pássaros, que trazem sementes novas nos bicos.
__ E se a casa não tiver plantas? Como saber da alegria que mora ali?
__ Numa casa em que haja ao menos uma alma sensível, haverá ao menos um vaso, com ao menos uma planta, observa. Se não houver planta alguma… bem… triste… casa sem planta é casa sem verde e casa sem verde é sem esperança. Nesse caso, veja se há algum vaso com terra. Se a terra estiver úmida, há de vir o verde, alguém na casa rega a esperança. Caso contrário… triste, compadeça-te e, entes de cruzar a porta, silenciosamente fecha teus olhos, inspira profundo, expira a luz verde que te habita. Deixa, ali, um suspiro de esperança.
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