Comi na casa de amigos, outro dia, algo parecido. Adorei e hoje deu vontade de repetir. Tentei aproximar o que provei por lá.

Comecei o preparo pela cebola (uma, grande), cortada em fatias finas e lentamente caramelada na manteiga (1 c sobremesa), em fogo bem brando, com um fio discreto de creme de vinagre balsâmico e outro de molho de soja, por uns 20 minutos, até que ficasse bem marronzinha, mas sem amargar. Fui mexendo de vez em quando, para garantir que não queimasse.

Enquanto isso, cozinhei buquês de couve-flor e brócolis americano no vapor (usei aproximadamente 1/3 da couve-flor e 1/3 dos brócolis), com pitadinhas de flor de sal (hoje estou chique), em ponto al dente ( o brócolis foi mais rápido que a couve-flor).

À parte, preparei o molho para gratinar. Usei:
– 1 c (sopa) de manteiga
– 1 c (sopa) de farinha de trigo
– 200 ml de leite
– 3 c (sopa) de creme de leite
– 3 c (sopa) de queijo parmesão ralado
– cubinhos de muçarela
– noz-moscada e pimenta-do-reino moídas na hora
– sal a gosto

Levei a manteiga ao fogo e quando derreteu, acrescentei a farinha, misturando com um fuê* até cozinhar. Essa mistura é o roux (já disse que hoje estou chique, né?), base para o bechamel. Acrescentei parte do leite, dissolvi com o fuê, e então juntei o restante do leite. Deixei cozinhar e somei o creme de leite, queijo parmesão, a noz-moscada e a pimenta-do-reino, ajustei o sal. Coloquei um pouco do molho no fundo de um refratário pequeno e fui intercalando camadas da couve-flor e do brócolis com o molho e cubinhos de muçarela (é bom, além do sabor, o efeito puxa-puxa). Tente arranjar uma muçarela com sabor. A minha, trago da região serrana do Rio, onde as pessoas ainda se preocupam mais com sabor do que com a dieta e vivem felizes, muitas delas beirando o centenário (claro que também comem hortaliças fresquinhas, respiram ar puro, criam bichos e plantas no quintal, vivem em um ambiente mais gentil que o das grandes cidades e isso tudo conta para a longevidade). A couve-flor e o brócolos também vêm de lá, mas deixando de lado a vontade de fugir para o interior e voltando à receita: finalize com o molho e cubinhos de muçarela e leve isso tudo ao forno. Se tiver função “gratinar”, use, sem medo de ser feliz. Depois de assado, retire do forno e acrescente as cebolinhas carameladas.

 

*Posso até estar fresca hoje, mas o uso do fuê (ou fouet) não é frescura: ele realmente ajuda a dissolver o molho sem formar grumos.

Dica: Se combinar o parmesão com gruyère ou emental, nem te conto! (Mas vou contar: com queijo, deixa de ser béchamel e vira molho mornay – hoje eu estou impossível de besta! rsrsrsrs)

PS: A música que acompanhou o preparo não tem nada a ver com a receita, só com o clima do lugar de onde vieram os ingredientes. Às vezes a cabeça dá voltas grandes e vai passear lá longe, onde mora o coração 🙂