Sim, eu sei. É preciso aceitar os ciclos, preciso aprender que cada ciclo faz parte do ciclo maior e que o ciclo maior de cada um faz parte de ciclo muito maior. É preciso acolher a energia fresca do início de um ciclo e fazer paz com a lancinante dor do fim do outro, este que neste mesmo exato ponto se encerra. No ponto de encontro, inteiro em cada lado, mas dividido, o coração, joguete da vida, lançado de um extremo a outro. Na trajetória, entre um lado e outro, seu volume se expandindo: quanto espaço! Quantos corações inteiros cabem em um só coração e antes eu não sabia! Quanto espaço para a dor, quanto espaço para a felicidade, quanto espaço para o amor! Um coração inteiro para cada e, às vezes, como que por mágica – outras por maldição – todos ao mesmo tempo: coração se multiplica e pode ser inteiro em cada coisa, antes eu não sabia. Em meio a tudo, receio: coração, já sei, expande-se ao infinito, mas o peito é limitado e talvez rache, até exploda. Em meio a tudo, o receio de que a entrega de um coração inteiro ao novo ciclo vá deixando de oxigenar a memória do que foi ontem e que era eu, memória daquilo que guardava, inteiro, um de meus corações, esse coração que não quero que se desfaça com as cinzas e que tanta vida me deu. Em meio a tudo, o amor que sobrevive; em meio a tudo, o amor que vive; em meio a tudo, o amor que nasce. Um coração inteiro para cada.
Ah, coração meu, a quantos desdobramentos teus hei de sobreviver antes que meu peito exploda e lance ao ar todos os corações inteiros que em ti abriguei, me abriguei, múltiplos de mim – eu que só sei ser coração… e mais nada?
Colagem: Bedelgeuse
Coração de mãe! Exatamente isso. Cabe quantos vierem… sem deixar de sofrer por um,… sem deixar de pensar se o outro sentirá frio… sem deixar de rir de uma gracinha do outro. Cada coração tem sua individualidade… sua característica… seu rítmo… E o coração de mãe reconhece essas diferenças e, como uma salamandra, vai se moldando às transformações inevitáveis dos corações que ela carrega dentro do seu.
Que lindo ver vc se descobrindo também!!!!
Ravel, Tim e Sukha são os maiores presentes que eu ganhei. Quando Ravel e Tim chegaram, eu não sabia o que eles seriam para mim. Com o Sukha é diferente, já sei exatamente o que ele é e o que vai ser. É exatamente o que o nome significa: Felicidade, a despeito das condições externas.