É famosa a frase de Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Aqui em casa, quando tem bolinho, já vem a pergunta: “Isso é Lavoisier de quê?”.

Eu não costumo fazer muita fritura, não porque não goste; na verdade, amo, mas porque realmente tento ter uma alimentação razoavelmente saudável. Tem também a sujeira que fritura faz, me dá preguiça. Várias fritadas, aqui em casa, deixam de ser fritas e vão ao forno. Um monte delas são aproveitamentos de sobras. É assim que eu aproveito várias sobrinhas de legumes: acrescento um molho branco temperadinho, uns ovos batidos em neve e voilà: souflé de legumes.

Sobrinhas de carnes assadas também viram um monte de coisas: salada de carne desfiada, farofa de carne, sanduíche. Sobrinha de frango? Frango desfiado para os recheios de panquecas, bolo de batata, arroz de forno.

Bolinho de arroz é dos meus “Lavoisiers” preferidos. Eu deixo sobrar arroz de propósito, pra matar o desejo de comer bolinho de arroz. Sabe que dá para refogar o arroz da semana inteira, guardar em recipiente bem fechado na geladeira  e colocar para cozinhar, em água fervendo, só as porções exatas, né? Aí tem arroz fresquinho sempre, super rápido. Numa dessas, cozinhe arroz a mais, para deixar sobrar. Vai valer a pena.

Bolinho de arroz

Para aproximadamente 15 bolinhos como os da imagem:

– 2 x (chá) de arroz cozido
– 1/2 cebola picadinha
– 1 cenoura ralada ou cortada em cubinhos muito miúdos
– 2 c (sopa) de provolone ralado no ralo grosso
– 3 c (sopa) de mussarela em cubinhos pequenos
– 4 c (sopa) de farinha de rosca
– 1/2 x (chá) de leite
– salsa e cebolinha picadas (a gosto)
– 1/4 de sachê de caldo de legumes
– 1 c (chá) de fermento em pó
– sal (a gosto, se necessário)
– 2 ovos
– pimenta-do-reino (a gosto)

Misture todos os ingredientes (menos os queijos) até que a massa tome consistência para moldar. Se necessário, acrescente, aos poucos, mais leite e/ou farinha de rosca. Quando a consistência estiver boa, misture os queijos e molde os bolinhos, que devem ser fritos em bastante óleo, bem quente, por imersão. Não coloque muitos a cada vez, senão o óleo esfria e fritura em óleo frio fica encharcada. Frite, no máximo, três por vez. “A gente espera do mundo e o mundo espera de nós um pouco mais de paciência”, os bolinhos também esperam que você tenha paciência com eles!

Ontem os bolinhos de arroz aqui de casa foram servidos com geleia de pimenta e cervejinha estupidamente gelada. A fome era grande, não deu tempo de fotografar, então peguei emprestada na internet uma foto que fosse fiel à cara deles. Juro que ficaram bem assim. A foto veio daqui. Pode oferecer até às visitas. Essa sobra, ninguém vai reclamar de comer.