Hora de regressar a ti, bondosa mãe Natureza. Me acolhe em teus braços e guia meu caminhar. Porque é em teu silêncio que encontro a verdade de que não me falam os discursos ou as letras dos homens; porque nenhum templo construído pelas mãos dos homens é, como tu, capaz de despertar em mim o sagrado e é em contato contigo que finalmente sinto-entendo: Namastê! Porque é em cada um de teus altares, como em nenhum outro, que deposito minhas crenças e verdades mais profundas, aquelas que apenas sinto, muitas vezes sem compreender e nem tentar: senti-las me basta e senti-las é mais verdadeiro que entendê-las. É em tuas águas que me batizo e retorno ao ventre, à minha própria origem. Plasma em torno de mim tua placenta e permite a troca do que me intoxica pelo que me nutre, placenta filtro para energias densas, não fluidas, e meio de conexão com o que não compreendo, mas que é maior que eu, me apazigua e é bom.

Foto: Sarah acariciando o Planeta Água, Vicente Sampaio*.

*Com agradecimento especial a Vicente Sampaio, por nos inspirar os olhos e permitir que suas belas imagens inspirem outros.