O título é frase extraída do obituário feito por Eliane Brum para seu pai. A frase ganhou ninho em mim, porque conheço essa desconfiança. Para a comemoração dos 90  anos de meu pai, recebi de minha irmã, que organizava toda a comemoração, uma única incumbência que não podia recusar: escrever

Tenho medo dos vazios que as desilusões nos causam. Ontem vi gente feliz e que comemorava. Não consegui enxergar o motivo de sua comemoração e me apiedei de sua superficialidade, uma vez que nada havia a comemorar. Vi gente triste e gente revoltada. Alcancei sua tristeza, mas não consegui atingir

Sabia que podia escrever - tinha ouvido a professora dos primeiros anos primários comentar com a auxiliar da turma -, mas anos se passaram até aquela primeira vez da vontade incontida de escrever a cena, para não esquecer. Foi por causa do menino com caixa cheia de gamadinhos para vender. Ele

(Para a moça querida, de cabelos multicoloridos) Foi bonito vê-los buscando encontrar a felicidade juntos. Primeiro, tentaram do lado de lá do Atlântico e foram felizes. Depois experimentaram o lado de cá, onde, da sala pequena, abriam janela para a imensidão azul. Foram felizes. Tornaram a outro ponto do lado

A minha pátria é como se não fosse, é íntima Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo É minha pátria. Por isso, no exílio Assistindo dormir meu filho Choro de saudades de minha pátria. Se me perguntarem o que é a minha pátria direi: Não sei. De fato, não

indo atrás de você, sabe o quêE rezando pra um dia você se encontrar e perceberQue o que falta em você sou eu" (5 a seco)

... mesmo naqueles que têm nenhuma ou quase nenhuma aptidão para ele, a vida arranja caminho: cedo ou tarde, ainda que obrigados, aprenderão a amar o amor verdadeiro. Se não puder ser de outro jeito, que seja assim - amor é sempre bom, seja de que forma vier. Mas bonito mesmo é

O fio que tece a vida é fio comprido que vai do umbigo do infinito até um ponto. Ponto final? O fio que tece a vida se enrosca em outros e vira trama quando se ama, quando se sabe como trançar. O fio que tece a vida é que forma a

Nunca fui guiada somente  pela razão. Em mim, sempre falou alto a intuição e nisso, também, há lógica. A razão me foi sendo construída a partir do conjunto de coisas que sei. Quanto mais sei, mais adquiro elementos para a razão. Quanto mais elementos há, mais plural torna-se a razão